quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

Máscaras de Cortiça - das partilhas que nos enriquecem culturalmente!

Na segunda-feira a Maria E. chegou à escola com uma grande novidade. Ela tinha estado de férias com os pais nas aldeias de Xisto e encontrou por lá um senhor que fazia em cortiça máscaras muito divertidas. A Maria ajudou o Sr. José a fazer a sua máscara e trouxe para a nossa sala para partilhar com os amigos. Os pais da Maria fotografaram a Maria nas aldeias de Xisto e também todo o processo de realização da máscara de cortiça que o Sr. José tão habilmente faz. Foi mito interessante podermos conhecer um bocadinho mais da cultura do nosso país, pelos olhos da Maria e da sua família. Ficámos encantados. 


Mas a família da Maria não trouxe só fotos e máscaras para partilhar. A família da Maria trouxe também um rolo de cortiça e ainda outros objetos de cortiça para podermos fazer as nossa próprias máscaras. 


Inspirados na máscara do Sr. José e munidos de rolhas, pedaços redondos e cones de cortiça, cada criança fez a sua máscara. Uns pediram para cortar a boca, outros pediram para pôr a língua de fora e outros ainda para fazer dentes, uns queriam poder espreitar e ver os amigos outros quiseram colar olhos. Uns quiseram pôr orelhas, outros sobrancelhas e ainda houve quem quisesse fazer cabelo. Foi uma semana cheia de máscaras onde pudemos aprender muito bem as partes do rosto. 


Em conjunto decidimos pintar as nossas máscaras que agora estão em exposição à porta da nossa sala. Deliciem-se! 

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

Ouvir. Pensar.

Esta semana recebemos a Ana Mourato na nossa escola para nos perdermos nas suas palavras e emoções com a sua capacidade para contar histórias. 

"Contar histórias a um público bebé é uma experiência social, é uma atividade criativa, expressiva, que envolve a imaginação e a relação interpessoal. O livro para a infância cumpre um papel de continente da relação entre o mediador da palavra e o bebé, permitindo, através da proximidade física e sensorial, pequenas aprendizagens do foro cognitivo e relacional proporcionando paralelamente sensações de conforto e segurança, fatores essenciais neste início de percurso desenvolvimental. A abordagem do livro implica uma forma mais complexa de comunicação, o seu vocabulário é mais amplo, e este, associado à imagem e aos processos de descoberta e de interação que as obras propõem, torna-se um precursor excelente e um ótimo suporte para o desenvolvimento da linguagem e para a promoção da literacia."

Mais do que ouvir a Ana, as crianças envolveram-se na história e participaram com perguntas, interjeições e muitas gargalhadas. 


A sua expressividade e encantamento cativaram-nos desde o primeiro segundo e cada história ouvida foi um momento de puro prazer. 


Este atelier permitiu que cada criança usufruísse de um momento de prazer, de relação e comunicação através do livro. Com base no suporte material e no mote dado por alguns sons foram nos apresentadas dois livros acompanhados por diferentes recursos criativos que deliciaram todos os que assistiam. 

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

Do amor partilhado

Este fim-de-semana o Manel foi a Leiria, a casa dos avós. Por ser dia dos namorados esta semana, o Manel e a sua família decidiram apanhar imensas flores na casa dos avós, que trouxeram para partilhar com os amigos da sala. 


Tivemos um primeiro momento de exploração das flores e das folhas que o Manel trouxe e depois decidimos fazer um trabalho de pintura e colagem com as mesmas. 


Foi uma descoberta esta nova forma de pintar e o resultado ficou maravilhoso. 


Obrigada à família do Manel por esta partilha. 

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

Temos mapa de presenças

Desde o início de Fevereiro que temos Mapa de Presenças na sala. Construímos o mapa juntos, colámos as fotos e em conjunto pudemos ter um primeiro contacto com o nome escrito de cada um. Quando colámos o Mapa na parede, expliquei-lhes para que é que este instrumento serviria. Foi um momento delicioso de grupo.  


Um a um eles foram marcando as suas presenças e reconhecendo a sua fotografia e nome naquele novo instrumento. 



Também nos vamos apercebendo diariamente de quem falta e surgem as primeiras preocupações. "O Miguel não está. Está doente?" - perguntou a Bia.


"As crianças, ao tomarem progressivamente consciência de si próprias e dos outros, bem como da sua vida no grupo, vão-se reconhecendo como fazendo parte dele. Esta tomada de consciência permite-lhes antecipar ações, expressar interesses e modos de agir, participando na definição do planeamento. O Mapa de Presenças, com fotografias de todos os elementos do grupo, é um instrumento fundamental para promover o sentido de pertença ao grupo e para o desenvolvimento de atitudes de cuidado para com o outro e de indagação sobre as vidas de cada um." Folque, Bettencourt & Ricardo 

domingo, 11 de fevereiro de 2018

As lontras

Há umas semanas o Pedro trouxe uma notícia que partilhou com os amigos de manhã. O Pedro tinha ido ao Ocenário e tinha visto lontras. Trazia um cartaz com fotografias de lontras e uma breve explicação. Na sala começaram mais crianças a dizer que já tinham visto lontras. Alguns diziam que eram focas. Seriam focas? Fui à biblioteca da escola buscar uns livros para vermos juntos. 


Começaram então as primeira leituras sobre as lontras. A curiosidade ia aumentado... assim como o interesse por este simpático animal. 


Decidimos então fazer um cartaz com as nossas descobertas. 


Começou uma intensa produção na sala. Todo o processo foi muito vivido pelas crianças, desde a pintura do cartaz até à colagem das fotografias. Fomos descobrindo várias curiosidades sobre as lontras, que quisemos colar no cartaz. 


Pintámos uma lontra de tamanho real que utilizámos para ilustrar o nosso primeiro projeto. 


Depois chegou o grande dia. Convidámos a sala da Marta Reis e comunicámos o nosso projeto sobre as lontras. Todas as nossas descobertas e todo o nosso entusiasmo foi passado neste momento formal de comunicação. A primeira comunicação em grupo. Que orgulho!

sábado, 3 de fevereiro de 2018

Da complexidade das brincadeiras do faz-de-conta

Às vezes tiro um bocadinho do meu dia só para os observar. É muito comum intrometermo-nos nas suas brincadeiras, quando achamos que podem não ser brincadeiras totalmente seguras, quando existe um conflito, quando a nossa visão adultocêntrica tem algo a dizer sobre o que estão a fazer. É um treino, este observar sem interferir... e é tão bom. 

As brincadeiras de faz-de-conta são sempre um deleite. E é vê-los a complexificar as brincadeiras... desde o início do ano para agora. Ver as suas conquistas, a forma como nos imitam, as estratégias que encontram, as relações que estabelecem. Não há nada mais rico que poder apenas observá-los e aprender com eles. É destas observações que surgem as notas de campo que depois apoiam os registos de avaliação que fazemos em creche. 


A Inês foi buscar uma panela, um prato e uma colher à área do faz-de-conta e trouxe para a mesa central. Mexeu a sopa na panela, passou a sopa da panela para o prato e depois foi dar a sopa à bebé que repousava no tapete da biblioteca. 


A Maria foi buscar à Área do faz-de-conta, um balde de limpar o chão (deixou a esfregona e o espremedor na casinha), um bebé e uma colher. Sentou-se no tapete, pegou na bebé ao colo como faz uma mãe que alimenta o seu filho. Do balde fez prato e foi assim que deu a comida ao boneco que tinha no colo. 


A Maria foi buscar uma caixa à Área dos Jogos de chão e construção e colocou um bebé lá dentro. "Embalava" a caixa e o bebé enquanto fazia Shhhh, Shhh, Shhh! O Eduardo aproximou-se e decidiu embalar a caixa com a Maria. Os dois assim percorreram a sala entre Shhhs e gargalhadas. 


Em pouco mais de 5 minutos já não havia caixas na área dos jogos e construções. Os jogos estavam todos no chão. Também já não havia bebés na área do faz-de-conta, mas havia muitos "pais" e muitas "mães" a embalar os seus filhos!


E depois o engraçado é que as brincadeiras se repetem e repetem durante semanas. Sempre com uma novidade, sempre com uma nova conquista. Eles imitam-se a aprendem uns com os outros. Nós... nós só nos resta observar!