terça-feira, 29 de setembro de 2020

Dançar com as Quatro Estações de Vivaldi

Hoje, depois de relermos a história da Julieta das Estações de Vivaldi, decidimos dançar ao som das Quatro Estações. Para dançarmos a Primavera, usámos malmequeres. De início estava tudo meio envergonhado mas aos poucos foram se soltando. Quando a música mudou e o som do Verão entrou na nossa sala, dançámos e rodopiámos com lenços de seda coloridos que temos na sala. A sala encheu-se de cor, porque o Verão é assim mesmo cheio de cores vivas. Foi então que a música mudou outra vez e as folhas de Outono começaram a cair ... o Outono entrou sem avisar e todos continuaram a dançar. Estávamos quase a chegar ao fim e o entusiasmo era tão grande que se tornou inexplicável o que estávamos a viver. A música mudou outra vez, abrimos chapéus de chuva... afinal o Inverno fazia-se adivinhar... mas de repente não foi de chuva que se encheu a nossa sala mas sim de "neve"... bem branquinha que cobriu o chão e permitiu mil e uma brincadeiras. 

No final as estações misturaram-se e a dança deu lugar a muitos saltos, brincadeiras, partidas, gargalhadas. As imagens falam por si. E eu, já não tenho palavras para a maravilha que foi a nossa manhã. 


 

quarta-feira, 23 de setembro de 2020

A árvore dos Caracóis

Esta semana a Julieta partilhou uma imagem de um quadro do pintor Gustav Klimt. Começámos a observar a pintura com atenção e começaram a surgir algumas observações: 



É uma árvore com caracóis!
A árvore dos caracóis!!!
Tem amarelo, castanho... e laranja!
Tem uma bota. 
É uma meia. 
Não, é um pé preto. 
Tem flores aqui! - aponta. 

Com tantas e tão bonitas apreciações decidimos também nós pintar, com as cores que tínhamos identificado, uma árvore com caracóis. 

 

terça-feira, 22 de setembro de 2020

Subir, trepar, descer, escorregar

Esta semana trouxe para a sala um circuito Pikler com vários materiais que permitem uma série de explorações e brincadeiras. Estes "brinquedos" desenvolvidos pela pediatra Húngara Emmi Pikler, ajudam a desenvolver o equilíbrio e a motricidade, a segurança e a coordenação. Assim que montámos os materiais começaram as explorações e para além do subir, descer, girar, escalar, que os materiais já proporcionam, também houve o balançar, o escorregar, o apoiar, e partilhar que vivemos em cada novo tempo na nossa sala. 






Emmi Pikler afirmava que uma criança que se pode movimentar livremente e sem restrições é mais cautelosa e aprende a cair com segurança, enquanto uma criança que é muito protegida e cujos movimentos são restritos é exposta a maiores perigos.

Podem encontrar estes materiais aqui Mr. Júlio Kids. 

quinta-feira, 17 de setembro de 2020

À descoberta dos figos e das figueiras

Na semana passada a Ema trouxe um figo seco para a sala e esteve a mostrar aos amigos. Ficámos muito curiosos com este fruto mas não o reconhecemos logo.  

No fim de semana fui à nossa quinta de Castelo de Bode, e aproveitei para ir até às nossas figueiras. Tirei fotos, trouxe folhas da figueira e muitos figos. Na segunda-feira partilhei com o grupo tudo o que trouxe:

Claro que nos deliciámos com os figos maravilhosos que trouxe. Algumas crianças gostaram muito, outras experimentaram mas não adoraram, umas houve que repetiram várias vezes. Foi o verdadeiro prazer da descoberta. 


Enquanto tudo acontecia, fomos registando as nossas descobertas, assim como as vozes das crianças: "A árvore dos figos é a figueira"; "Há figos verdes" "E pretos!"; "O figo é muito doce." "Gosto de comer figos!"; "Na minha casa, a mãe tem figos!". 


No fim fizemos um cartaz com as descobertas que fizemos e deixámos à porta da nossa sala, para que a restante comunidade pudesse ver o que andamos a fazer/descobrir. 

segunda-feira, 14 de setembro de 2020

O regresso

Estou de regresso, numa altura em que o blogue faz ainda mais sentido. As portas das escolas estão fechadas às famílias. Os pais pouco ou nada entram nas escolas e a relação diária de abraços e troca de palavras que tínhamos, faz-se agora de forma mais escassa e adaptada. O blogue sempre foi uma janela aberta ao mundo para mostrarmos o que fazemos em sala e agora, mais que nunca, é necessário abrirmos janelas e sentirmos o afeto que continuamos a viver dentro da escola. 

Setembro chegou e com ele, uma sala nova, alguns amigos novos e muitoooos novos procedimentos. Os pais já não entram na sala, mas pelo período de adaptação das crianças que estão pela primeira vez na escola, encontrámos forma de termos um espaço transitivo. A adaptação faz-se no recreio. Os pais despedem-se dos filhos com calma, sem beijos apressados e sem um nó no coração. As crianças ficam a brincar e neste tempo em que pais e filhos exploram o espaço, estabelecemos relações e construímos pontes de confiança. As crianças que já estão adaptadas e com muitas saudades da escola, regressam mais cedo à sala com a Drica (auxiliar de ação educativa) para poderem explorar o novo espaço e assim evitar que estejamos em demasia no recreio. Quando os pais se sentem confortáveis, e as crianças estão bem, despedem-se e seguem rumo aos seus trabalhos. Nós juntamo-nos ao restante grupo (não sem antes lavar mãos) e conhecemo-nos todos melhor. Alguém fica responsável pela higienização do recreio e materiais.  Com crianças de 2 anos (na minha opinião, com crianças seja de que idade for) não há distanciamento social. Há um apostar forte na higienização, desinfeção, lavagem de mãos, etc. Somos pelo bem estar emocional, somos pelas relações e pelos afetos e neste novo caminho que seguimos só uma certeza: não largamos a mão de ninguém. Sorrimos mais com os olhos, aprendemos novas formas de nos expressar, aproveitamos os momentos de distanciamento para mostrar um sorriso, abraçamos, damos colo, lavamos mais vezes as mãos, mudamos mais vezes de bata, mas ninguém nos tira o amor, ninguém nos rouba a relação. 


A descoberta dos jogos a pares


Os materiais de artes visuais todos ao alcance das crianças, para poderem escolher, explorar, experimentar o que querem fazer. 


A área do faz-de-conta, a biblioteca da sala... Todos os materiais estão acessíveis às crianças. O cuidado que tivemos passa por ter vários "kits" de materiais que rodam conforme a utilização. Após a utilização são lavados/vão para a higienização e ficam outros no seu lugar. E depois voltamos a trocar e a trocar. Há uma dança de materiais mas nunca uma ausência dos mesmos. As crianças precisam de objetos para explorar, para descobrir, para inventar, para se apropriarem, para se relacionarem com o outro e com o mundo. 

E claro... dar o devido valor e importância ao espaço exterior e ao brincar. Tanto e tanto que podemos fazer neste enorme recreio que temos à porta da sala. Temos muita sorte. 

P.S. - Prometo ainda atualizar muitas das coisas que vivemos entre o último post e o de hoje. Por cada post novo, um mais antigo.